segunda-feira, 14 de maio de 2012

Sexualmente hipócrita.

 
Vivemos em uma sociedade aparentemente hipersexualizada. O apelo ao erótico é constante em nosso dia a dia. Hoje em dia assistir a qualquer filme, novela, série e até mesmo jornais que não tenham algum tipo de apelo erótico em algum momento é praticamente impossível. Sempre existe alguma cena explicita ou não onde exista um contexto erótico. Insinuações diretas ou indiretas, cenas de sexo, homens e mulheres libidinosos são figuras constantes do nosso dia a dia.

Programas com temática sexual como o atual "Amor e Sexo" da rede globo pontuam alto na audiência e vemos nele o quanto às pessoas estão interessadas em debater e tricotar sobre sexo e suas supostas aventuras sexuais.

A sexualização da sociedade não está presente somente nos meios de comunicação, está em nosso dia a dia, homens e mulheres constantemente falando sobre sexo, insinuando o quanto são sexualmente ativos e criativos, em um repetitivo mantra erótico. Todos os homens nessas rodas e conversas são sempre sexualmente poderosos, incansáveis, ativos e sabem tudo sobre sexo. As mulheres então beiram a ninfomania, "adoram" sexo, e ficam comprando seus lubrificantes aromatizados e debatendo sobre sexo sempre que possível. A vestimenta feminina provocante e suas insinuações do quanto "adora" sexo corroboram com a ideia de que essa é uma femme-fatale, uma mulher selvagem e libidinosa e o constante apelo masculino em afirmar-se o maioral faz com que o coitado tente criar uma imagem de sedutor incansável.

Tudo isso na maioria das vezes não passa de hipocrisia.

O brasileiro é um bicho sexualmente hipócrita. Nós temos o hábito de projetar uma imagem sexual que não corresponde com nossas atitudes. A maioria dos homens não "comeu" o tanto de mulher que o mesmo diz por ai, não é tão "incansável" como o mesmo afirma dizer, e muitos por ficarem nervosos demais quando de fato estão diante do iminente ato sexual broxam ou sofrem de ejaculação precoce.

A mulher na maioria das vezes não gosta tanto de sexo quanto diz. Faz muito menos do que afirma dizer que faz, e enjoa do parceiro facilmente. Além de que a maioria das mulheres que conheci são ruins de cama, não fazem um bom sexo oral, não possuem tanto vigor físico e muitas vezes a carga de ser um "malabarista" cai em cima do homem. Além disso, muitas mulheres preferem fazer qualquer coisa pondo o sexo em segundo plano. O sexo pra mulher é muitas vezes um divertimento a mais, mas que não faz diferença se ficar muito tempo sem isso. Não são as ninfos que fingem ser, não são as femme-fatales que querem aparentar ser com suas roupas e muitas vezes o que elas gostam mesmo é somente criar uma "aura" de que é muito libidinosa, mas qualquer prostituta rampeira bate as habilidades dela na cama de dez a zero por quaisquer cinquenta reais que se preze.

A verdade é que vivemos em uma sociedade sexualmente hipócrita, nós estamos masturbando uns aos outros projetando coisas que não somos para satisfazermos nosso ego grande. Nosso nível de hipocrisia atual é tão grande que permitimos que todos os meios de comunicação, todas nossas formas de arte projetem essa hipocrisia sexual como se realmente vivêssemos nossas vidas assim, sendo que na maioria das vezes pouquíssimas pessoas realmente vivem uma vida sexual tão ativa e variada.

O problema não é fazer muito ou pouco sexo, o problema é vivermos em constante fingimento sobre nossas vidas e interações sexuais, pois assim não trabalhamos nossos medos e inseguranças de frente, ao invés disso tentamos tapar nossas fraquezas com uma mentira ainda maior e assim nunca evoluímos.

A consequência disso para nossas crianças e adolescentes é ainda maior, pois estes expostos a tal hipersexualização acreditam que devem perseguir esses comportamentos antes do tempo. Não esperam sua necessidade biológica para começarem a se sexualizar. Meninos de dez anos que não têm nem pelo no saco estão tentando "comer" ou beijar alguma menininha da sua idade. Meninas de doze anos se vestem como prostitutas mirins com seus shortinhos e maquiagem desnecessárias.

Tanto os meninos quanto as meninas estão caminhando para um caminho de frustração sexual desde cedo, pois além de estarem queimando etapas biológicas, ainda vão se perguntar em algum momento "porque eu não preciso de sexo tanto quanto meus amigos falam e a TV fala?". Isso se chama frustração. Frustração por não atingir esse padrão imaginário que nós sexualmente hipócritas pregamos por ai.

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